18 de jul. de 2011

Terceiro dia na ER, de Santo Antonio do Leite a Prados

Da última vez que passamos em Santo Antonio do Leite tínhamos visto somente 4 pessoas na travessia da cidade. Desta vez, não vímos muitas mais mas demos uma paradinha no mercado para comprar água, item que passou a ser essencial em nossa aventura, pela secura e poeirada que enfrentávamos. A cidadezinha é como todas da região, bonitinha e meio esquecida mas dá vontade de ficar um tempo por ali.

Entrada de Santo Antonio do Leite

A igreja é diferente das que estávamos acostumados a ver pela região mas muito bonitinha com sua cor azul e uma pintura do santo na frente.
Igreja de Santo Antonio
O próximo destino era Engenheiro Correa a 10 Km de estradinha com algumas cachoeiras e com a serra nos acompanhando o tempo todo. 









Chegando a Miguel Burnier
Seguimos então para Miguel Burnier onde tivemos uma surpresa. Que lugar estranho e diferente. Uma usina da Gerdau tomou conta da cidade. Para chegar em uma grande igreja que fica lá em cima tem-se que passar por dentro da mineradora.
O GPS encontrou o caminho que segui mas que não chegou a lugar nenhum, e se perdeu no meio do mato. Será que existia algo ali há pouco tempo? 

Mas a igreja era tão diferente que fizemos questão de chegar nela. Mas, como ela estava fechada, ficamos sabendo que teríamos de procurar uma freira velhinha que morava ali por perto... Não quisemos incomodá-la e só tiramos algumas fotos. Mas aquela cidade ficou no meu imaginário e passei um tempo refazendo as suas histórias com muita fantasia.
Miguel Burnier, igreja russa(?)


Nos dirigimos então para Lobo Leite daí a 12 Km, sendo que um pedaço já em asfalto. Lobo Leite é um povoado muito pequeno bem perto de Congonhas. Fiz questão de passar pelos 7 Km de estrada de terra mas todos queriam me mandar para o asfalto. 

Enfim, seguindo esta ruela abaixo da igreja, que aparece na foto, consegui achar os marcos e nos dirigimos para mais uma das cidades culturalmente mais ricas de Minas.


Lobo Leite

Sem descobrir onde, perdi a direção e os marcos da ER, e fui cair em um loteamento sendo construído. Talvez por causa de mudanças recentes na região só bem na frente e quase chegando na cidade, localizamos de novo a rota e chegamos em Congonhas. Demos uma parada na entrada da cidade nas Informações Turísticas mas, mais uma vez, nada sobre a ER, sobre adesivos e só alguns mapas do centro histórico. Então fomos para lá! 
Vista de Congonhas do centro histórico

Basílica de Bom Jesus do Matozinhos
com os 12 profetas do Aleijadinho




O centro histórico de Congonhas está toda focada na igreja com a estátua dos 12 profetas na frente e que merecem com certeza uma exposição especial de fotos. São todas elas do Aleijadinho. Dentro outras tantas imagens e obras do mestre mas as fotos internas foram proibidas. 

Profeta de perto













A partir Congonhas foi fácil pegar a trilha para Alto Maranhão que segue o Rio Maranhão. Foi este o rio que levou os antigos exploradores à região de Congonhas, onde dizem, as pepitas eram do tamanho de batatas. Foram só 6 Km até nossa própria parada.


Marco entre Alto Maranhão e Pequeri
Em Pequeri um portão na Estrada Real
De Alto Maranhão foram mais 6 Km de estrada de terra até Pequeri, mais um povoado distrito de Congonhas, mas aí uma interrupção: um portão fechava a continuação da ER. Perguntando ao pessoal ali perto fomos informados de que a trilha fica muito estreita e que carro não passava de jeito nenhum. Ainda penso em voltar nestes lugares e testar todos. Depois da experiência que vou contar a vocês mais na frente tenho dúvidas se existe mesmo algum lugar que o Suzuki não passaria.
Chegada a São Brás do Suaçui
Demos a volta então e fomos até São Brás do Suaçui pelo asfalto, muito perto dali. Antes de chegar, no entanto, parei num posto e dei um banho merecido no nosso carro. O preço da lavagem era R$10 mas o serviço ficou tão bom que dei R$5 de gorjeta. Foi bom ver como o Mineiro, apelido do lavador, ficou alegre! Foi na verdade muito bom também saber que o carro ia ficar livre da poeira pois já estava imaginando que isto seria impossível algum dia. Enquanto esperávamos, comemos um excelente sanduíche de pernil ali na lanchonete do lado. Estava delicioso, bom para nossa fome e nós prontos para ir conhecer São Brás do Suaçui.

Igreja de São Brás do Suaçui
Já eram mais de quatro e meia quando chegamos no centro da cidade. Paramos na pracinha em frente à igreja para curtir a tranquilidade do fim da tarde. Como um bom mineiro, que viveu até os 16 anos em uma pequena cidade do interior de Minas, estes momentos sempre me trazem boas lembranças e a vontade é ficar por ali, procurar um boteco, puxar uma boa prosa e deixar a vida passar um pouco mais devagar. Mas, desta vez, tínhamos um objetivo e era comer poeira. Tínhamos de chegar próximo de Tiradentes ainda neste dia.



Entre Rios de Minas
Partimos para Entre Rios de Minas nossa próxima parada.
Entre Rios nos surpreendeu pela limpeza e organização. Ficamos dando voltas de carro pela cidade e anotando que ali havia alguém preocupado com o bem estar geral e que onde há vontade e competência as coisas podem ser bem feitas.
Na hora de ir embora tivemos de tomar a difícil  decisão de pular a primeira cidade que estava na nossa rota, Casa Grande. É que estava tarde e a uma distância de 30 Km de lá. Aparentemente, não teria uma estrutura de pousadas onde pudéssemos ficar. Assim, pegamos o asfalto e fomos direto para Lagoa Dourada, a terra do Rocambole.
Muito bom este Rocambole
Lá chegamos à noite e paramos na doceria que fez o Rocambole ficar famoso e experimentamos um pedaço para confirmar a fama. Estava tudo do mesmo jeito, muito bom, como tudo que se faz nestes caminhos.
Já para passar a noite não foi tão tranquilo. Os próprios donos da doceria fizeram um hotel atrás que não nos empolgou como o bolo redondo com doce de leite dentro. Fomos em outra, uma casa antiga, que ao visitarmos tivemos a impressão que mantinha lá os mesmos frequentadores da época do império. Mas a igreja em frente se mostrou digna da região como vêem.
Assim, dali mesmo ligamos para o  Água Limpa Apart Hotel em Prados e um senhor muito simpático nos informou que iríamos gostar muito de seu Hotel. Como ele era citado no livrinho da Mastercard ER, que havíamos ganho em Ouro Preto na primeira posição e descrito como um bom lugar, confirmei que daí a pouco estaríamos chegando.


Igreja em Lagoa Dourada

A distância seria em torno de 50 Km mas toda ela em asfalto. Pegamos a estrada na direção de São João Del Rei e no meio desviamos para Prados.

Chegando a Prados  e mais uma surpresa boa. A cidade é realmente tão antiga quanto as outras cidades turísticas da região com muitas casas e construções da época em que o ouro brotava com facilidade daquelas terras. Mas ela, apesar de organizada, permaneceu parada no tempo. Não localizamos um restaurante para jantar. O que nos indicaram  ficava a 8 Km em estrada de terra. Já não queríamos mais isto por hoje. O Apart Hotel ficava
À noite, seguindo a ER para Prados
distante do centro, para os padrões de uma pequena cidade do interior, em um lugar não muito bonito. Mas as instalações e o atendimento hospitaleiro falou mais alto. Ficamos muito satisfeitos de estar ali e de poder tomar um banho tão gostoso. Foi ali também que fiz pela primeira vez na Estrada Real duas coisas costumeiras mas que ainda não tinha tido tempo ou disposição para tal. Liguei o computador na Internet do hotel e carreguei algumas fotos tiradas até ali para o Picasa e tomamos uma garrafa de vinho que estava levando comigo. Grande comemoração pois a viagem estava acontecendo como planejamos ou melhor, como não imaginávamos que pudesse ser!


Chegada à noite em Prados
Fomos dormir satisfeitos, estava frio, e no dia seguinte a aventura iria realmente começar!










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