10 de jul. de 2011

Primeiro dia na ER, de Nova Lima a Santa Bárbara

O início da viagem que iria terminar o Caminho do Sabarabuçu em Cocais e daí seguir pelo Caminho Velho até Paraty começou na segunda, dia 27 de Junho de 2011. A nossa referência foi um antigo mapa artístico que peguei em uma feira de aventuras no Ibirapuera em São Paulo há alguns anos atrás. O nosso objetivo era tentar reproduzir e conhecer cada cidade ali citada. Os locais pelos quais passamos estão marcados e, como podem ver, as dobras do mapa ficaram gastas de tanto que foram manuseadas. O número de cidades, lugarejos ou mesmo fazendas que se destacam nestes dois caminhos que atravessamos somam 60 sendo que visitamos 57 delas em 8 dias.

Partimos de Nova Lima onde estávamos hospedados no Melhor Lugar do Mundo e, apesar de estar perto e ser citada no mapa, não consta como uma das cidades da ER. Como na pré-estréia havíamos visitado Sabará e Raposos, fomos direto até Raposos pelo asfalto e daí pegamos uma estrada de terra sem marco da ER mas que é citada no mapa. Foi uma escolha interessante com uma bela vista das montanhas e do local onde ainda existe minas em operação.

Igreja de Morro Vermelho
A passagem por Morro Vermelho foi rápida como em muitas cidades que foram esquecidas no tempo depois que os recursos minerais deixaram de existir. Uma foto numa igreja bonita e com um marco da ER na frente.








Poucos carros na ER



De Morro Vermelho fomos direto a Caeté em 8 Km de uma estradinha de terra.

Em Caeté passamos num supermercado e compramos itens básicos como água e biscoito para o caso de ficarmos perdidos no meio da estrada. Esta foi uma dica importante e viemos a utilizar bastante estas comidinhas rápidas quando não queríamos perder tempo com paradas durante o dia.

Bonita Igreja de Caeté



Mas em Caeté, por indicação do pessoal do supermercado, fomos almoçar no Delícias do Fogão que serve uma boa comida mineira a quilo. Só tivemos de tomar cuidado para não exagerar pois tínhamos um longo caminho pela frente.

A próxima cidade de nosso mapa seria Cocais que fica na confluência entre os 3 caminhos da Estrada Real: o dos Diamantes que vem de Diamantina, o do Sabarabuçu em que estávamos e o Caminho Velho que íamos seguir.

Estrada para Cocais no meio dos eucaliptos




Não conseguimos, no entanto, ir direto para Cocais como o mapa indicava mas por uma estrada que levava a Barão de Cocais. Muito difícil conseguir informações dos locais, principalmente das pessoas mais velhas. Pensei inicialmente que ia conseguir ótimas indicações de como e onde achar a ER com eles, mas todos nos mandavam para a estrada de asfalto dizendo ser a melhor, mesmo após a nossa insistência de que o que queríamos era mesmo buraco e poeira.




Riacho atravessando a estrada para Cocais


Em Barão de Cocais tivemos inclusive a informação de que seria impossível ir a Cocais de carro mas persistimos e achamos uma estrada linda cercada pelos eucaliptos e, apesar de alguns riachos atravessando-a, não houve nenhuma dificuldade maior. Diria mesmo que a estrada é até boa diante de algumas que iríamos encontrar mais para a frente.

Em Cocais descemos pelo asfalto de volta a Barão de Cocais e daí até o Santuário do Caraça que apesar de ser um ponto terminal estava com destaque no mapa e a visita era importante.


Entrada do Santuário do Caraça



Pretendia também dormir na Pousada que existe no Mosteiro pois já era mais de 5 horas da tarde. Mas não teve jeito de convencer a minha esposa que desde uma vez que visitamos as catacumbas que existem neste lugar e com a visão lúgubre das montanhas circundantes se nega a dormir aqui. Realmente o lugar é bonito e diferente, tem-se uma sensação de paz muito grande. Apesar de me sentir bem com a calma daquele lugar, preferi mais uma vez concordar com ela e dizer que não sabia se estava com tanta vontade assim de ficar.





Marco da ER em pleno Caraça


Um fato digno de nota foi que na estrada de asfalto que nos levava ao Caraça notamos a uns 200 metros de distância um animal diferente, parecendo um cachorro com pernas longas. Quando chegamos no Santuário e vimos uma foto do lobo que dizem vai lá toda noite comer, tivemos a certeza de que era ele que atravessou o nosso caminho alguns minutos atrás. Até o Lobo Guará estava nos vigiando pelas trilhas da Estrada Real.

Fomos então direto para Santa Bárbara que fica bem perto e lá nos hospedamos no Hotel Quadrado que fica no centro histórico e foi totalmente restaurado para oferecer um bom nível de serviço. Uma grande foto logo na entrada mostra como foram os tempos antigos com muitos carros e pessoas nas janelas. 

Hotel Quadrado de Santa Bárbara
Foi muito interessante como achamos o lugar de ficar: estacionei o carro em frente ao hotel e quando entrei pelo celular na Internet para pesquisar um local, a primeira opção era justamente o hotel à minha frente. Não havia dúvidas!

Marco do lado da Igreja na frente do Hotel

Centro Histórico de Santa Bárbara
Jantamos no Restaurante Uai uma boa refeição de comida típica e fomos dormir cansados e satisfeitos por nossa primeira jornada completada. O dono, muito simpático e conversado, fabrica um vinho de jabuticaba que faz questão que todos provem. Foi bom ter com ele umas boas conversas sobre a cidade e sobre a nossa jornada!

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